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Liberdade, ética e princípios requerem responsabilidade


O fundamento de uma sociedade é a convivência em harmonia, respeitando cada um o seu espaço, seja em um condomínio, seja em um associação de bairros, em um lar, na cidade ou em um país. Quando uma pessoa prejudica a outra, ou os demais neste agrupamento social, esta harmonia é quebrada e a sociedade perde seu frágil equilíbrio. Cada indivíduo é, portanto, detentor de uma série de direitos e, principalmente, de deveres. E, para assegurar isso no meio social em que vivemos, uma autoridade é instituída pelo voto, e as regras, que são os instrumentos de regulação deste convívio, são estabelecidas para se manter a lei e a ordem das coisas.

Dessa forma, não há uma “total Liberdade”, como muitos pensam, em que tudo é permitido. Isso é fruto de mentes enfermas. A liberdade só é legítima quando estiver estabelecida entre barreiras ou fronteiras. Ninguém é totalmente livre. Ninguém pode fazer tudo o que deseja. Precisamos pensar no bem comum e na harmonia da sociedade. Pensar em liberdade total é pensar de forma egoísta e egocêntrica esquecendo-se do convívio com os demais. Todos têm o direito de escolha, mas temos sempre que pensar no dever de escolhermos o melhor para todos e não apenas para um pessoa ou para um grupo restrito.

Fala-se muito em “ideal de liberdade”. Isso é legítimo, porém, este ideal deve ser conquistado de forma pacífica, paciente e constante. Para alcançarmos esta capacidade de deliberar e decidir o que fazer e o que não fazer, precisamos estar lúcidos e conscientes do que se passa em nosso entorno. Precisamos principalmente ter uma base de valores espirituais (Dharma) e uma base de valores morais. Temos que entender que todos os nossos atos, querendo ou não, reconhecendo ou não, trazem consequências agradáveis ou desagradáveis, dependendo do nosso Karma (ação).

Um ser humano espiritualmente evoluído pensa, sente, age e vive de acordo com a plena convicção de suas ações (karma) e por eles está disposto a responder, mesmo que seja pressionado e ameaçado em sua liberdade de expressão. Podemos afirmar que este homem, ou mulher, tem honra ou hombridade.

Já um ser humano arrogante, indolente, ruim e perverso sempre comete seus delitos e tenta “bancar o esperto” vivendo no anonimato para que as autoridades não o descubram. Fala mal, inventa mentiras, faz calúnias na internet, etc. Quando tal indivíduo sente-se ameaçado pela justiça imediatamente trata de fugir ou esconder-se. Quando recebe a visita do oficial da Justiça em sua casa não atende, manda a mulher abrir a porta, às vezes, até trocando de nome para tentar enganar também o oficial e, muitas vezes e covardemente, manda os filhos abrirem a porta para dizer que não mora ali. E, nestes manobras de esgueirar-se, amplia seus atos de vandalismo, perversão e maldade cometendo mais e mais delitos mentindo, roubando, fazendo-se de “asa quebrada”, sendo covarde, acusando falsamente. Este indivíduo age de forma sorrateira e julga-se muito esperto.

Por um bom tempo o pulha considera estar sendo vitorioso em suas falsas ações crescendo em uma montanha de mentiras… Tenta desesperadamente tirar dinheiro de parentes e de outros por ser vadio e gaudério. Porém, o tempo passa e a fortaleza de ilusões do patife e ignorante um dia desmorona e o que plantou irá colher inexoravelmente.

Esta é a educação que damos aos nossos filhos? O que acontece com as nossas crianças atualmente? Poucos pais e mães têm de fato educado seus filhos. Sim, porque a educação vem do lar, do berço, e não da escola. A organização estudantil apenas instrui e prepara os jovens para enfrentar os desafios da comunicação, da matemática e da sociabilização. A consequência embaraçosa e complicada de nossos atos (Karmas) inicia-se na infância, quando os pais zangados e indispostos perguntam quem foi o autor de um deslize qualquer, e a criança ou nega que foi ela ou, o que é pior, acusa outrem, alguém inocente para pagar pelo seu ato. E isso passa despercebido pelos pais que não se atentam para descobrir a verdade. Mais tarde, na escola, o estudante consegue promoções injustas mediante cola e outros meios desonestos e antiéticos. E assim segue pela vida à frente, chegando à universidade e dando continuidade aos seus atos ilícitos e desonestos para conseguir o que deseja. Ao final, cristaliza em seu caráter e em seu entendimento como um “homem vitorioso”, que ganhou o status de que é esperto e “vivo”.

Com o tempo todos nós ficamos parcialmente frustrados, porque nem sempre a justiça dos homens é precisa e ágil. Por algum tempo, a justiça é protelada e procrastinada por estratagemas e truques em suas decisões. Mas a Justiça Divina é infalível. Nada e ninguém consegue escapar da responsabilidade kármica dos próprios atos.

Paz, força e sabedoria!

Que o Absoluto Brahman abençoe a todos pelos seus atos!

Swami Uberto Gama

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